domingo, 18 de dezembro de 2011

Ex-menino, novo homem

Enfim então um homem se forma de caráter completo, de anseios e devaneios. Um menino sábio de pouco conhecimento, mas de grande integridade moral, de olhares distantes, de emoções e sensações.
Hoje ele acordou e descobriu que o céu pode ser azul tanto quanto cinza, que o sol pode brilhar ou simplesmente aparecer, que a grama do vizinho pode ser mais verde que a própria, que ver a alvorada do sol ao lado de quem ama é bem melhor do que esperar ele se por sozinho.
Nada sabe de sua vida, se começa agora ou se já começará a alguns anos atrás. Não sabe se ela será longa, porém sabe que será única e, portanto valiosa.
Agora esse ex-menino vive um mundo cheio de encantos e desencantos, amores e tentações, cobiça e inveja. Mas não por ele, pois esse homem é diferente... Ele raramente é eu.
Não sou formado por ganância e amargura, ou inveja e avidez, mas eu tenho aquilo de que as pessoas precisam aquilo que quase não se encontra mais hoje: dignidade e compaixão. As palavras-chave da minha vida.
Agora então renasce (ou continua ser) um homem de alma transparente, de ganhos e perdas, de lágrimas e sorrisos, de dores sem rancores, de tristezas e a braços. De poucas palavras e grandes histórias, de poucas viagens e várias aventuras. Um homem de um coração só.
Enfim nasce um homem que todos deveriam ser.


domingo, 27 de novembro de 2011

Teu sofrimento



Acabo de me despertar de outra angustia, que por tempos torturou meu coração. Foram tempos em que pensei somente em minha paixão.
Alguns sacrifícios eu jurei fazer, se serve de consolação eu sempre te amei. Você me levou ao céu e de repente nós despencamos direto ao inferno. Ai você se foi.
E tudo que eu fiz foi me prender a você, nós caímos e eu tentei nos levantar. Nós nos amamos e depois nos odiamos. Toda dor e sofrimento eu guardei só pra mim.
Então eu acordei do inferno em que você me deixou. Não sou um anjo – e com certeza você também não-, mas só desejo o que é divino. Entre o céu e o inferno muitas coisas nos enganam, enquanto minha fé estava abalada, você só me iludiu.
Não peço um fim por todo tormento que você provocou, porque agora não está mais entre céu ou inferno, amor ou ódio, está na força que você me fez ter e em toda a solidão que você terá.
Algumas lágrimas derramadas hoje só param ao te ver sofrer. Solidão perpetua é tudo,e somente, o que desejo à você. 

domingo, 20 de novembro de 2011

Caminhos, pensamentos e outras coisas que me cercam

E se às vezes você sentisse que pode olhar pro céu e enxergar mais que as constelações,
E se você pudesse ser alguém que vai além de uma simples sombra feita pelo sol,
E se você contasse 1,2,3 e estivesse falando do pouco tempo que têm.

É tão intenso o poder que temos na mente que às vezes ficamos cegos com ele, eu acordo todas as manhãs e pergunto ao espelho quem será essa pessoa refletida nele. Eu não sei talvez ninguém saiba agora. Talvez ninguém nunca vá saber.


E se às vezes o calor do sol queimasse mais do que a pele,
E se às vezes a chuva lavasse mais que o meu corpo,
E se às vezes as dores servissem como tentativas que jamais seriam em vão.

Não sei sorrir por tempo ilimitado, não sou sínico pra isso. Sou introspectivo demais. Guiado pela cólera do meu coração e iluminado sabe lá Deus por quem! Sempre encontro vários motivos para não ir em frente, mas é só o meu medo me alertando.


E se a morte trouxesse a verdadeira vida,
E se a alegria de uns fosse o rancor de outros,
E se a vida viesse com todas as respostas.

Em um instante quero viver um sonho, mas no outro sei que preciso da realidade, me sinto uma verdadeira contradição ambulante. Não sei nada sobre mim e de repente sei muito mais do que deveria saber; são sonhos, pesadelos, convivências, desistências tudo que jamais decifrarei. Sinto-me como um raio que chega ao chão e vaga perdidamente pela terra enquanto suas forças durarem.

E se meu sangue fosse derramado para me salvar,
E se meu ego fosse tão doce quanto um chocolate,
E se minha vida fosse mais do que é sempre.

Eu não sei de nada, por enquanto preciso sentir essa minha agonia e depois perambular minha mente e descobrir mais de quem eu sou. Sentir os tremores que a vida me passa e as dores de que meu coração precisa. A vida é uma Marajó de indagações e eu sou apenas um marinheiro perdido na imensidão dos meus pensamentos.  


domingo, 6 de novembro de 2011

A falta que te faço

O frio que faz em seu quarto não significa que o inverno chegou.
O escuro que invade seus olhos não é a cegueira que a assombrou.
A dor que sente por dentro do peito não significa que seu coração parou.
O espaço sobrando no teu colchão só significa que você sempre me amou!


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Mercado Negro

Vila Negra é uma pacata cidadezinha onde todas as pessoas se conhecem. Entre elas estão Filipe e sua namorada Angélica que se conheceram no Colégio Francisco Beltrão. Há uma semana Filipe não vê Angélica e está muito preocupado com ela, pois nem suas amigas sabem de sua localização.
Por onde ele passava perguntava a respeito de sua namorada. Na semana anterior uma nova garota entrou no colégio, Vivian era seu nome.
-Posso me sentar aqui?- apontando para a carteira ao lado de Filipe.
-Ah não sei, bem, é que geralmente minha namorada senta aqui... Ah tudo bem, ela não virá hoje.
A garota se sentou e eles passaram a aula toda conversando. Ela era de cidade grande, disse que seu pai veio a trabalho, era um renomado psiquiatra.
Logo em seguida o sinal soou e todos se retiraram da sala, essa noite Filipe iria até a casa de Angélica para saber o que estava acontecendo.
Chegando à residência dos Mercurys sua recepção não foi muito bem aceita, os pais de Angélica não queriam que ele soubesse o que estava acontecendo, mas de tanto insistir Filipe entrou na casa e subiu até o quarto de sua namorada.
-Angélica! – ele gritou desesperado. Ela estava deitada com as luzes do quarto todas apagadas. Seu rosto estava pálido.
-O que você tem?
-Ela não vai te responder. – disse o pai dela encostado-se à porta.
-E por quê? O que ela tem?
-É alguma coisa na mente dela, não sabemos ao certo, mas se parece com a síndrome do pânico.
Filipe se lembrou que o pai da sua nova colega era psiquiatra e poderia ser ele o médico da Angélica.
-Não se preocupe Filipe, chamamos um médio ótimo que curará minha filha.
Filipe voltou para casa feliz e tenso por saber da situação de sua namorada. No dia seguinte Vivian sentou-se ao seu lado novamente dando-lhe apenas um sorriso. Menos de trinta minutos de aula e o professor é interrompido, abrindo a porta Angélica estava entrando. Aproximou-se de Vivian e disse:
-Sai daí agora!
-Não, eu cheguei aqui primeiro. E também este lugar é da namorada do Filipe e ela não está aqui hoje.
-Aé? Pois saiba que eu sou a namorada dele. – Vivian ficou vermelha de vergonha pegou suas coisas e se levantou. - É bom mesmo garota. – sussurrou Angélica.
-O que foi que você disse?
-Isso mesmo que você ouviu!
Angélica deu início a uma briga dando um tapa no rosto de Vivian. As duas começaram a puxar os cabelos louros e a se arranharem completamente. Vivian arranhou o rosto da Angélica tirando sangue, o que a deixou muito nervosa. Nessa altura da briga as duas já estavam rolando ao chão, Filipe estava boquiaberto sem saber o que fazer até que Angélica começa a tremer e a ter convulsões. Vivian saiu de cima dela o mais rápido possível gritando histericamente junto à classe.
-Angélica, Angélica! – grita Filipe, mas de nada adianta.
O corpo dela ainda se contorce tomado por calafrios gigantes.
Algumas horas se passaram e Angélica estava em casa repousando, assim que abriu os olhos pode ver seu namorado ao seu lado.
-O que foi aquilo no colégio?- perguntou Filipe irritado
-Oi pra você também. O que foi aquilo o que?
-Não seja sínica Angélica, porque você precisou brigar com a Vivian?... E depois aquilo que você fez se contorcendo toda no chão. Nós ficamos muito preocupados, até a coitada da garota ficou com medo de ter te matado.
-Eu realmente não sei do que você ta falando, eu só tive uma dor de cabeça e vim para casa. - ela parecia mesmo dizer a verdade, dentro da cabeça de Filipe um turbilhão de questionamentos o deixavam louco, mas, ele preferiu guardar suas indagações para si.
-Serio mesmo que você não se lembra dessa manhã?
-Eu me lembro... Fui para o colégio sentei ao seu lado como de costume, assisti meia hora de aula ai comecei a passar mal, vim embora e dormi. Mas agora já estou melhor.
Filipe ficou confuso mesmo sabendo que não estava louco. Depois de sair da casa da Angélica ligou para um colega e perguntou se ele se lembrava do ocorrido, porém o colega dizia não saber da briga só que uma garota entrou no colégio, mas que ela faltou nessa manhã.
Nesse mesmo dia Filipe foi até a casa de Vivian onde conheceu seu pai, o famoso psiquiatra. Os três se sentaram na sala de visitas e começaram a conversar sobre Angélica; ela estava muito doente e que nessas condições era melhor que Filipe se distanciasse dela. Mas ele a amava demais para abandoná-la nesse momento. O celular de Filipe toca, é a Angélica:
-Preciso de você agora!- ela desliga o telefone e ele sai rapidamente da casa.
Chegou até a casa dela, subiu as escadas e entrou no quarto. Ela estava com uma faca na mão chorando muito, queria matar alguém que ela estava vendo.
-Sai fica longe de mim. Eu vou te matar seu desgraçado. – ela ergueu a faca e foi em direção ao espelho, começou a bater nele como se alguém estivesse ali mesmo. Filipe a agarrou e tentou controlá-la, mas ela estava muito irritada. Com um pequeno descuido ela passa a faca pelo braço dele e acaba ferindo-o, depois ela levanta e começa a andar pelo quarto murmurando coisas sobre morte, ou algo assim. Ele tenta mais uma vez acalmá-la, mas ela o ignorava, sem esperanças ele senta na cama e fecha os olhos para ver se é só um sonho ou se sua namorada esta ficando louca mesmo. Por alguns instantes tudo se acalma até que um estalo ecoa dentro dos seus ouvidos, ele passa a mão sobre a nuca e encontra sangue.
-O que você fez?- as únicas palavras que ele conseguiu dizer antes de desmaiar.
Seu subconsciente estava desativado, seus olhos fechados e sua cabeça sangrando. Algum tempo depois Filipe acordou e descobriu que já não estava mais na casa da Angélica; ele parecia conhecer aquele lugar, aquela mobília rústica do século passado o fazia lembrar que já esteve ali. Quando abre os olhos encontra Vivian em sua frente, as palavras não saem direito e os seus sentidos ainda não estão apurados.
-Shii, calminha amigo... Você vai ficar melhor logo, logo! – Vivian aparentemente, estava tentando fazê-lo poupar fôlego. Até que ela tira de trás das costas uma fita isolante e tapa a boca dele, agora com a respiração ofegante ele começa a se debater até que o pai dela injeta anestesia pura em sua jugular. Ele desmaia novamente.
Agora acordado está sobre uma mesa de metal. Ele avista vários instrumentos necessários para que se possa realizar uma cirurgia. Logo em seguida enxerga o pai de Vivian.
-Por que estou aqui? Onde está a minha namorada?
-Você está aqui porque vamos roubar umas peças... – o “médico” olha para a filha dando um sorriso sínico.
-Roubar o que? Vivian por favor, tire-me daqui! – ele estava a ponto de chorar implorando pela liberdade sem saber o que estava acontecendo. – Só me diz se a Angélica está bem, eu quero vê-la, por favor!
-A Angélica está ótima, sempre esteve. – disse Vivian sorrindo enquanto seu pai procurava por um bisturi.
-Como assim? Ela estava doente, eu me lembro disso...
-Acontece seu idiota é que ela faltou um dia no colégio, o que me ajudou a dominar sua mente injetando algumas drogas e contando histórias que o convencesse a sempre estar comigo. Eu e meu pai trabalhamos no mercado negro, vendemos órgãos humanos... E agora vamos... Pegar os seus.
O “médico” pega o bisturi e perfura o peito de Filipe, ele grita de dor e implora pela vida enquanto Vivian assiste friamente o seu sofrimento. De nada adianta, pois o cirurgião louco desce aos poucos o bisturi sobre o peito dele. Depois de cortar verticalmente ele passa a cortar na horizontal, abrindo o peito ao meio. Os cortes sangravam muito e seu coração acelerava cada vez mais. Filipe tentava bolar um plano antes do próximo corte, suas mãos não estavam amarradas então provavelmente seria fácil escapar, entretanto, como o sangue estava saindo aos montes ele estava fraco e sentia muitas vertigens. O pai de Vivian virou as costas para limpar o bisturi e pegar outro objeto, Filipe pensou que seria à hora certa para fugir, mas foi surpreendido por Vivian e uma vertigem que o fez bater a cabeça na mesa. Seus olhos estavam se fechando outra vez, ele precisava de mais forças para fugir.
Enquanto Vivian preparava um balde com gelo (provavelmente para os órgãos), Filipe levantou-se de vagar, caiu no chão, mas se recuperou rápido, avistou um gancho de decapitação e o pegou. Correu pela porta a frente e deu de cara com o médico.
-Ora, ora, ora... Vejamos se não é o nosso doador. - aquele sorriso maléfico tomando conta de seu rosto.
-Por favor, eu só quero ir embora. Deixe-me sair e ninguém saberá de nada!
-Claro, pode ir! – sua expressão mudou para uma incógnita. Mas é claro que era mentira, quando Filipe correu o “médico” o puxou pelos cabelos e lhe deu um grande soco no rosto deixando Filipe gemendo de dor no chão.
-Mas você é burro mesmo não é garoto?! Acha mesmo que eu vou deixar você sair daqui com vida?
O “doutor” deu-lhe um chute na boca quebrando um dente. Em seguida pegou-o pelo braço e o levantou. Sem forças, Filipe ficou apoiado no “médico” e sem vacilar tirou o gancho de dentro da calça e meteu-lhe direto no queixo do louco. Filipe caiu de novo no chão enquanto o pai de Vivian conhecia aos poucos o peso da morte. Seu queixo tinha quebrado e a ponta do gancho atravessado sua boca. Agora era só se arrastar até a porta e gritar por socorro antes que os cortes aumentassem e o matassem.
-Aonde você pensa que vai? Seu desgraçado acho que matou meu pai! – ela ria e chorava ao mesmo tempo.
-Eu só quero ir embora, por favor...
-E sabe o que eu quero? Arrancar o seu coração e dar para os cachorros comerem! – ela gritou enfurecida e foi em direção ao Filipe com uma faca na mão. Agora que estava em pé, ficou parado deixando ela o atacar. Ela cravou a faca no ombro dele e ele rasgou o peito dela com o bisturi. Vivian caiu com Filipe em cima de seu corpo, que continuou a cortar a carne dela . Fez vários rasgos na barriga, depois no rosto e por fim mutilou o corpo. Era isso ou ela ainda poderia o matar.
Sabendo que todos estavam mortos ele se arrastou para fora da casa, pois não aguentava ficar em pé, e foi de encontro a rua implorando por ajuda. Chegou ao meio da estrada e um carro veio em sua direção.
Biin... Foi o último som que ele ouviu.
***
Meses se passaram, Filipe estava em coma. A luz do ambiente queimava seus olhos, distorcendo sua visão. Perceberá que duas pessoas estavam ali, um homem e uma mulher.
-Pronto para a cirurgia? – disse a mulher. O médico se aproxima e corta o seu pescoço da enfermeira deixando o sangue jorrar pelo quarto.
-Mas o que é isso? – pergunta assustado.
-Isso, seu idiota, é o fim da cirurgia!
Quando Filipe tem sua visão claramente de novo, o “médico” passa o bisturi pelo seu peito ainda machucado, abrindo ele por completo, retirando os órgãos de dentro do corpo e pondo um fim em sua vida de psicose. 


terça-feira, 4 de outubro de 2011

Esquecido pelo tempo



Meia noite marca o relógio preso ao meu pulso. Impossível não notar as marcas.
Balas e facas caídas ao chão, alguns cortes que já mais cicatrizarão.
Ferimentos expostos sobre a pele, lembranças de um homem angustiado traído pelo próprio coração.

Meia noite marca o relógio preso ao meu pulso. Difícil é disfarçar a agonia sentida pela mente.
Sangue e lágrimas cobrem o chão, mas não se misturam como óleo e água.
Um homem em pé de mãos atadas, com o corpo mole segurando uma adaga.

Meia noite marca o relógio preso ao meu pulso. A vida para e não recomeça.
Taças e copos atirados ao chão. Pequenos pedaços de vidro que perfuram meu coração.
Feroz como um tigre e frágil como o algodão, memórias de um homem desenganado e sem compaixão.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A paz que existe em nós


Eu sou assim,
Faço parte deste mundo e ninguém pode me mudar.
Eu sou negro, branco, pardo
Eu sou a união de todas as raças,
Sou a força que gera o respeito.
Respiro a poeira da indisciplina e desigualdade, porém aspiro a bondade e a igualdade.
Eu sou hetero, gay, bi
Sou a tolerância que o mundo precisa ter,
Sou o pouco amor que as pessoas têm.
Eu faço a sociedade se firmar na compreensão das diferenças.
Eu sou apenas a paz tentando entrar na sua vida!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Uma vida amena

Gotas de sangue vão dos meus olhos até onde a imensidão escura pode chegar.
Elas descem devagar, deslizando por entre os cortes que eu ganhei. Sofro em silêncio me deliciando com a amargura.
Uma leve vertigem me faz querer cair; meus olhos piscam lentamente, mas ainda me sinto forte.
O sangue não para, ele jamais parará! Nesse momento me sinto mais livre, como se estivesse vivendo a partir de agora. A dor? Eu já não sinto mais.
Gotas de sangue avermelham a água que toca meu corpo, mancham minha pele e libertam a minha existência. Elas não me fazem chorar só me ensinam o quanto eu anseio secretamente pela vida.
Mais uma vez fecho os olhos lentamente e tudo que eu vejo é a escuridão sendo tomada pelo sangue. Aquele que um dia derramei sem querer, que injustamente deixei que o levassem.
Gotas de sangue me ajudaram a perceber que quanto mais elas caírem, mais suave sua vida fica.


terça-feira, 13 de setembro de 2011

Nada mais do que eu e você

Nada mais do que eu e você, duas pessoas perdidas no mundo.
Sigo o sol como se você estivesse do outro lado dele me esperando embaixo daquela grande árvore com o nosso nome gravado.
Um dia eu disse que desistiria da minha existência se o céu não se abrisse em minha vida. Até que, em uma ocasião oportuna a imensidão do  firmamento clariou o meu caminho, ai eu abri os olhos e pudi te exergar. Não é como acordar de um sonho, poque agora os sonhos só fazem parte das minhas noites mal dormidas.
Vivo intensamente clamando para que o dia não se acabe rápido.
A vida inteira busquei a perfeição, mas só agora descobri que ela não existe e que o indivíduo mais próximo à ela é você! 


domingo, 4 de setembro de 2011



Posso caminhar pelos desertos mais quentes do mundo, mas olharei pro céu e enxergarei seu lindo rosto. Esquecerei das mentiras contadas e seguirei em frente. Buscarei o caminho certo e voltarei para buscá-la.
Assim como o vento sopra as areias escaldantes, beijarei sua boca e tocarei seus cabelos. Sem perdas, sem desculpas. Não é um sonho (mas pode não passar de uma ilusão), pois eu preciso de você aqui comigo.
Queimo os meus pés, mas no fim sei que a terei. Garota será só eu e você, o mar e a terra, o sol e o céu, a lua e as estrelas. Não posso desistir de que o fim é só a minha insistência dando certo.
Querida, abra seus olhos sinta o meu perfume. Viaje de encontro a mim. Me ame, me toque, me salve. Dance comigo debaixo da densa chuva; depois da tempestade vem o sol e ilumina tudo. Depois das brigas, vem o perdão e as dores se acabam. Depois que o tempo se abrir não se esqueça de voltar para os meus braços.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sabor de rancor


Gotas de sangue escorrem pelos meus olhos,
Mas a dor que eu preciso não chega.
Pontadas no meu coração só ferem a minha alma.
Caio de joelhos perante a amargura, mas não me sinto fraco. Não conheço a agonia da tristeza, mas sei bem como é o silencio do obscuro.
Estremeço perdido na solidão, mas permaneço em pé o tempo todo. Sou forte o bastante pra acabar comigo mesmo.
Ninguém conhece minhas fraquezas, porém reconheço uma pobre alma fraca há poucos metros. Sinto o cheiro do medo, vejo o pavor nos seus olhos. Não se espante comigo, sou apenas a sombra de alguém que você já magoou.
Não sou suicida nem masoquista, mas depois de muitas dores vem a força. Ergo minha cabeça, sigo em frente; piso em tudo que me atrapalhar. 

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Sem volta


Eu sou a dor que corta os teus pulsos,
A escuridão que vaga em sua alma
A tragédia que assombra tua vida.
Sou a angustia dos teus dias, prisioneiro.
Sou a poesia de quem tampouco ouviu falar,
A arte que te assusta, o medo que te devora.
Eu sou o demônio do seu inferno, fogo.
Sou a chama que queima sua pele, o calor que esquenta seu coração.
Prisioneiro, sou as lágrimas que fizeste tantos derramar
Eu sou a faca que cravaste no teu próprio peito,
Posso ser quem você desejar, um pecador, um servo, um diabo.
Sou o frio que faz seu corpo estremecer, sou o futuro que você não terá.
Sou a riqueza que roubaste e o conflito que ganhaste.
Sou seu prêmio de consolação, a morte.


terça-feira, 9 de agosto de 2011




Volte para casa. Abrace-me, me beije, me perdoe. E quando você voltar te contarei todos os meus segredos, realizarei seus desejos, domarei seu coração. Ame-me esquecendo o amanhã, quero viver o agora como se nunca mais fosse ver o sol novamente. Desligue o celular por um instante, realize os meus sonhos. Volte para casa. Enxugue as lagrimas que os meus olhos deixam cair pela casa, cure os ferimentos da minha alma. Ascenda à luz da minha vida, me entregue seu coração mais uma vez. Volte para casa minha querida, deite ao meu lado na praia e contemple comigo a serena noite e suas lindas estrelas. Não se esqueça de que eu preciso de você, não tenha medo do perigo, não perca a fé. Não me esqueça.

Não existe nada em especial na minha vida. Sou simples e contraditório. Mudo meus pensamentos, opiniões e expressões o tempo todo. Costumo não me apaixonar; é uma coisa entre eu e o meu coração. Um contrato! Ele para de perder tempo se apaixonando e eu o deixo mais seguro e aliviado. Mas agora sinto algo novo, novo novamente. É incrível como quebramos contratos, rompemos termos e quebramos regras. O problema – ou a solução deles- é que quando você chega meu coração se aquece, sai de uma escuridão fria e solitária onde eu o privei por um longo tempo de tudo que me fizesse se apaixonar novamente. E agora você esta de volta, trazendo tudo outra vez. Mas minha vida contraditória me impede de se deixar levar, de ter você aos meus braços outra vez, de sentir aquela fragrância que nem as rosas mais belas do mundo podem ter, de cair na estrada e se perder no mundo com você. E no fundo aceito que o meu destino não é esse, aceito todos os termos e acordos que eu fiz com o meu coração. Dispenso o que a minha mente diz- ela não para de pensar em você. Algo me afirma que eu preciso de você, mas não é confiável então só passe despercebida em minha vida, como se nada tivesse acontecido outra vez. Isso é aceitar o destino!


terça-feira, 26 de julho de 2011


Aguardo ansiosamente pelo momento em que você olha pra mim e diz que me quer; que sou causador das suas alucinações  da madrugada, que sou seu refugio em dias ruins, que sou tudo e somente o que você precisa.
Eu ainda espero que você venha e encha minha vida de alegria, me tire da solidão e me contemple com o seu amor. Quero me deitar em um jardim ao seu lado, ver o por do sol e beijar-te intensamente; mostrar todo o amor que ficou escondido em mim até você aparecer.
E sabe, no fim de tudo eu só espero que a noite me traga você!

sábado, 23 de julho de 2011

Delírios de Tom McRayan

A parte nobre de Manhattan é sempre cheia de gente rica e glamorosa. Com muitas pessoas bonitas e principalmente fofoqueiros de plantão. O Upper East Side é onde Tom McRayan reside; aquele típico homem de 25 anos que mora sozinho. Sua casa sempre esta cheia de mulheres e bebidas- e às vezes alguns alucinógenos. Tom é um renomado empresário.
Ele estava deitado no sofá recebendo toda luminosidade do sol que atravessava a janela de sua sala. Acordou sentindo seu rosto quente, olhou ao redor de sua sala e encontrou roupas femininas.
-Quem é você?- perguntou ele para a moça que estava deitada na outra parte do sofá. A menina se levantou, deu um tapa em sua cara e saiu com suas roupas na mão.
Nada de diferente estava acontecendo em sua vida. Igual a todas as manhãs deixou seu apartamento desarrumado, fez um café, tomou um banho quente e foi para o escritório a pé, que ficava apenas sete quadras da onde morava.
Os paparazzi cercavam-o o tempo inteiro, pois sabiam da sua fama de charlatã. Chegando ao escritório cumprimentou todos que passaram por ele e entrou direto em sua sala. Sentou em sua enorme cadeira de chefe, abriu sua gaveta com a chave escondida dentro do seu blazer e retirou uma seringa de dentro dela. Aplicou toda substancia em sua veia do braço esquerdo, começou a sentir calafrios; tremores invadiram seu corpo. E de repente tudo para.
Tom levanta da cadeira e sai da sala, na parte de fora não havia mais ninguém, o relógio marcava 19h37min. Fechou todo o escritório e foi embora. A rua também estava deserta, nenhuma alma viva. Estava caminhando tranquilo depois de um exausto dia de trabalho. Os postes de luzes começaram a piscar e acabaram se apagando; Tom sentiu um arrepio e acelerou seu passo para casa, estavam-lhe faltando cinco quadras ainda. As luzes reacenderam, seu coração desacelerou por um instante, mas logo voltou a acelerar quando viu um vulto passar em sua frente. Agora lhe faltava quatro quadras, as luzes voltaram a se apagar e o vulto se transformou em uma imagem real.
-Socorro! – começou a gritar Tom. O homem de capuz preto estava o segurando, queria matá-lo com uma faca que refletia bem o medo que Tom estava sentindo. - Socorro, socorro. Alguém me ajude! –mas de nada adiantou.
O pedido de socorro de Tom foi em vão, o homem de capuz  preto passou a faca por seu rosto deslizando-a até seu peitou onde fez cortes não muito profundos, porém extremamente dolorosos.
Tom estava ouvindo vozes não muito distantes, pedindo para ele parar. Mas ele não entendia: “Parar com o que?” ele pensava. E como num breakout tudo a volta a si. Quando abre os olhos percebe que a tanta gente perto dele que estão tomando seu ar e ainda, existe uma dor que o incomoda profundamente em seu peito.
-Tom o que você fez?- Uma loira muito atraente estava chorando perto dele. Ele olhou para o seu peito, de onde a dor vinha com força e ele estava sangrando. Sua camisa branca estava rasgada e seu peito cheio de marcas de facas.
-O que... O que aconteceu comigo? Eu estava indo embora e de repente um homem estranho me atacou e... – ele foi interrompido pelo enfermeiro que o levou até a ambulância.
Chegou ao hospital e levou sete pontos no peito sem anestesia. De tanta dor que sentia desfaleceu, perdendo a visão bem de vagar.
Depois de três dias seu peito já estava melhor. Tom voltara a trabalhar sem problema algum, estava levando sua vida normal. Em casa depois do trabalho levou uma mulher que conheceu no caminho de volta para seu lar, ela era ruiva, magra tipo aquelas mulheres de revistas, tinha os olhos verdes e a pele bem clarinha. Estava sentada na cozinha observando Tom preparar o jantar, ele era todo atrapalhado, mas uma vez em sua vida queria surpreender uma dama de uma forma diferente. Enquanto cortava os legumes para a salada sua cabeça começou a girar, ele sentia que sua pressão estava abaixando, mas não era isso. De repente tudo para e volta ao normal. Ele olha pra trás procurando a moça ruiva e da um grito. Era uma “coisa” com chifres e corpo de mulher, usava um vestido vermelho igual ao da moça, mas não era ela. Olhando para a faca em sua mão não pensou duas vezes e foi ao ataque.
-Morra sua coisa nojenta!
Então, cravou a faca brutalmente no peito da mulher com cabeça de demônio. Esfaqueou-a cinco vezes até que se deu conta de que estava matando a bela mulher que queria surpreender com o jantar. Olhou pro rosto dela que estava normal, depois jogou a faca e começou a chorar. Ficou desesperado com todo aquele sangue em suas mãos, a única coisa que ele pensava era:
-O que eu fiz? – Saiu de perto do corpo e sentou-se no sofá da sala. Ficou imóvel ali por horas e acabou adormecendo. Acordou as 03h16min da madrugada, o cheiro do cadáver estirado no chão de sua cozinha estava horrível, fazia seu estomago embrulhar.
-Preciso me livrar desse corpo. Não posso jogar tudo pro alto por causa dessa qualquer. - palavras frias de um homem em estado de choque. Depois disso pensou no que fazer, colocou o corpo dentro de um saco plástico e levou-o até o porta malas do seu carro. Quando entrou no carro foi surpreendido pelo segurança do prédio.
-Boa noite Sr. McRayan. Esta um pouco tarde para sair, o senhor não acha? – Tom entrara em choque, mas não podia ser pego ali. Então pensou em uma resposta que ele normalmente diria:
-E o que você tem haver com isso? Vamos faça o seu trabalho sem cuidar da minha vida.
-Desculpe senhor!- o segurança ficou envergonhado e abriu o portão da garagem. Tom saiu com o carro muito rápido, queria se livrar do corpo o mais rápido possível. Foi em um lugar onde dificilmente achariam o corpo: o lago Seneca, o mais profundo de Nova York.
Estacionou seu carro de qualquer jeito, abriu o porta malas e tirou o corpo. Arrastou o cadáver até a margem do lago e depois o empurrou para o fundo. Ele ficou na beira do lago observando a moça desaparecer nas águas. Depois de alguns minutos entrou no carro e voltou para casa.
No outro dia não fora trabalhar, acordou já era 13h00min da tarde. Sua secretaria eletrônica estava cheia de recados. Enquanto ouvia as mensagens ligou a TV para se distrair um pouco. Estava em um canal de culinária, isso fez com que a fome dele se despertasse, depois trocou de canal. Era o noticiário local informando o desaparecimento de Lucy Roolings, a garota que ele matara na noite passada. Vendo a foto da mulher na TV seu coração disparou, suas mãos começaram a suar. Ele precisava se controlar e ir para o trabalho. Tomou um banho e logo em seguida partiu. Quando chegou sua secretaria logo veio lhe comunicar os assuntos perdidos:
-Sr. McRayan tive de cancelar duas reuniões porque o senhor não me avisou que viria na parte da tarde. E Jasmim ligou, querendo saber quando vai ligar para ela.
-Tudo bem, remarque essas reuniões outra vez e sobre Jasmim, invente outra desculpa.
As horas foram se passando e seu horário ali no escritório se concluindo, voltou para casa para descansar. Ligou a TV e o noticiário insistia com o desaparecimento de Lucy Rooligs, seu coração palpitou novamente, sua testa escorria um suor frio e sua cabeça estava com uma enxaqueca terrível. Tudo começou a girar em sua mente, até que ele caiu no sofá outra vez, tentou se levantar, mas foi em vão. A mobília de sua casa estava estranha como se tudo quisesse atacá-lo. Ele correu até seu banheiro, trancou a porta, esfregou as mãos nos olhos e se acalmou. Percebeu que o estresse do trabalho e do “acidente” estava-o matando. Ligou a hidromassagem e tentou relaxar, encostou sua cabeça de uma forma aconchegante e fechou os olhos. A água cobria todo seu corpo, exceto o corte em seu peito. De olhos fechados um flash passou por sua mente. Desde o incidente no escritório até a morte da moça. Quando abriu os olhos viu a imagem da mulher em sua frente, ela tentou afogá-lo empurrando sua cabeça para dentro da banheira, deixando-o sem ar. Ele se batia contra a hidro para tentar se salvar, mas era inútil, pois a moça parecia ser mais forte. Enquanto sentia que estava sendo afogado pensou em todas as coisas que ele tinha e tudo que ainda poderia ter, reencontrou forças e se levantou da banheira. Ofegante, procurou a moça por todos os lados em seu banheiro, mas não a encontrou. Saiu do banheiro e foi para sua cama.
Acordou cedo para ir trabalhar, não podia ficar em casa se não se lembraria da ruiva e isso o mataria por dentro. Quando chegou ao escritório sentou-se em sua cadeira, não estava se sentindo bem logo pela manhã. Sua face estava suando frio e mais uma vez sentiu sua cabeça girar varias vezes. Ele a segurava firme, mas de nada adiantava, ficou vermelho e aflito; só depois de alguns minutos distraído por sua secretária voltou ao normal.
-Tom você esta bem, parece aflito?- ela estava com uma saia justa e o seu decota mostrava todo seu seio. Ele não sabia se respondia a pergunta ou se olhava para os peitos dela. Ela deu a volta em sua mesa, parou atrás dele e começou a fazer massagem em seu ombro.
-Você precisa relaxar. Eu sei bem como te ajudar nisso!- sua voz era doce e muito sensual. Ela saiu de trás dele e ficou parada em sua frente, soltou seus cabelos que balançaram no ar e começou abrir a sua camisete. Tom estava fitando-a sem parar. De repente, enquanto erguia sua camisete para tirá-la do corpo, seu rosto se transforma no rosto de Lucy. Tom a empurrou e ela caiu batendo a cabeça na ponta da mesa. Ele gritou:
-Você... Você esta morta! Eu a matei!
Ela o olhava parecendo não entender. Os olhos de Tom mostravam que ele estava enfurecido, tomado pela raiva. Foi quando ele abriu o cofre de sua sala e pegou um revolver e atirou na cabeça de Lucy, ou pior, de sua secretária. A bala atravessara a cabeça dela, deixando um buraco em sua face. Tom voltara a ver o rosto da secretaria que estava morta, com os olhos abertos e a cabeça sangrando no chão da sala. Ele saiu correndo do escritório levando consigo somente a chave do carro para fugir, enquanto varias pessoas passavam por ele para ver o que estava acontecendo. Agora, ele sabia que seria o principal suspeito da morte de Lucy.
Em menos de uma hora seu nome já estava nos noticiários como assassino de Andrea, sua secretaria, e Lucy. Estava dirigindo na velocidade máxima que seu carro aguentava correr em direção a Houston Street, na parte sul de Manhattan. A rua estava movimentada, não era horário comercial, mas apesar disso muita gente estava perambulando pela cidade. Tom estava ficando louco, desviava dos carros, passava pela calçada destruindo carrinhos de hot dog e frutarias sem perceber o que estava fazendo. Estava furando um sinal quando um enorme caminhão o atingiu, fazendo seu carro capotar várias vezes até parar batendo em outro carro. Ele desmaiou com o sangramento na cabeça e muita dor nas pernas.
Tom acordara outra vez no hospital, só que dessa vez com vários enfermeiros ao seu lado e um policial.
-Tom, você esta bem?- perguntou o policial.
-Estou... Mas não sinto minha perna. O que houve comigo?
-Você sofreu um acidente Tom. Seu carro bateu em um caminhão a 200 km/h e você foi lançado longe. Suas pernas ficaram presas nas ferragens e não tiveram salvação.
Ele tirou o lençol que o cobriu e olhou seu corpo deformado. Procurava por suas pernas, mas não as encontrava. Sua única reação foi chorar, e enquanto chorava o policial lhe dizia.
-Você chorará mais porque ira pagar por seus crimes na cadeia! Lá, terá muito tempo para chorar.
Antes de uma semana Tom já estava na cadeia. Sua nova vida lá com certeza não seria de luxo como era antes. À noite, ao se deitar, encostou sua cabeça na cama dura e começou a suar, pesadelos invadiam sua mente, sua pele estava fria outra vez e sua cabeça não parava de dor. Ele gritava parecendo que estava sendo esquartejado. Um policial o ouvirá e foi até sua cela:
-Cale a boca seu assassino!
Tom olhou para ele com os olhos arregalados e calou-se. Não estava vendo um homem em sua frente, mas sim uma besta com enormes chifres e olhos vermelhos. Na cela da sua frente um homem de pele escamada com os olhos de gato estava gritando com ele. Ele se virou com medo e olhou para o espelho, não estava enxergando direito, precisou se arrastar para perto para enxergar melhor. Toco sua pele para sentir se estava mesmo igual a que o espelho refletia, cheia de pelos, e seus olhos vermelhos parecendo chamas incandescentes. Afastou-se com medo da imagem que via, e começou a ouvir um barulho que entrara em seus ouvidos fazendo-o delirar. Sem saída socou o espelho que refletia um monstro, fazendo sua mão sangrar. Pegou um pedaço do caco se arrastou outra vez para perto da grade da cela e começou a gritar:
-Agora eu vou te matar seu monstro desgraçado. Você esta acabando com a minha vida, porém acabarei com a sua antes. – Nesse momento ele estava cortando a garganta do monstro, que na realidade era ele mesmo. Rapidamente voltou a olhar para um pedaço do espelho e viu sua garganta escorrendo sangue, suas mãos também sangrando com o corte. Jogou-se no chão, sentia sua cabeça rodar e um enorme enjôo dominou seu estomago. Mas já era tarde para sentir tudo isso, pois sua vida estava chegando ao fim. Seus olhos estavam se fechando devagar e a imagem de Lucy em sua mente. Ele a via rindo de seu sofrimento e ainda a ouviu dizer:
-Canalha agora você teve o que mereceu!
Após ouvir isso, seus olhos se fecharam por completo e toda dor que sentia se fora junto com sua vida de luxo cheia de carros, mulheres, drogas e bebidas. Era o triste fim de Tom McRayan.


quarta-feira, 20 de julho de 2011

#felizdiadoamigo



É inexplicável a imensidão que eu sinto por deixar vocês fazerem parte da minha vida.
São surreais os momentos que passei, passo e passarei junto com vocês.
Toda grande amizade começa de um simples oi ou um simples gesto que pode mudar toda a vida. Sei bem disso porque foi assim que aconteceu comigo!
Não me esqueço daquelas pessoas que eu nunca havia visto antes e que depois se tornaram essenciais em minha vida. O que eu sei agora é que é impossível deixar vocês de lado, pois uma grande amizade sofre abalos mas nunca desmorona.
Grandes amigos se unem como laços soldados a ferro. Podem fraquejar mas nunca se quebram.
Não existe tempo ruim para os amigos; não existe solidão quando se tem amizade, o que existe é um ombro amigo em momentos que a alma esta feriada.
É com grande carinho que dedico esta mensagem a todos os meus amigos. Não importa se você esta longe ou perto, quando se tem amigos de verdade a distância não existe!
 #felizdiadoamigo 
David Fiori

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Doce jogo

Você pode brincar comigo, mas não pode realmente me deixar. E eu não posso parar de jogar.
Seus beijos me lembram um toque de ironia e seu sorriso.. ah o seu sorriso tão sínico me enche de raiva e angustia que me perco na ilusão de que você realmente sabe jogar.
Mas você não sabe! Não mais que eu.
Pensa que sempre estou aos seus pés, que a todo tempo sou seu. Engana-se.
Enquanto você me faz sentir todas as angustias de quem realmente ama, o que eu faço você sentir? Nada! Só o meu desprezo.
E quando eu te beijo você sente o vazio dos meus lábios, e quando eu te toque você não sente minha presença e quando eu sorrio, simplesmente é pra mostrar como sou feliz.
E não tem nada que mude isso agora, pois eu gosto do seu jogo mas  prefiro bem mais o meu.
Não é questão de estar quente e te deixar fria e depois te esquentar. Não é te fazer caricias e depois te deixar, é te ter quando e onde eu quiser da forma que eu quiser.
Então não me provoque, ou provoque pra valer!


sábado, 2 de julho de 2011

Amante de gelo





Não tenho medo de enfrentar a solidão, nem de me perder no escuro.
Não ligo se o sol se põe e a noite fria chega. Muito menos de sentir o vento gelado do inverno em minha pele.
Posso passar por tempestades turbulentas sem nem me ferir, e ainda sorrir enquanto a chuva lava meu peito.
Creio que não sou perfeito mas sou o único com o brilho das estrelas e por isso, não tenho medo do escuro.
Talvez eu não esteja sempre no meu estado lúcido, mas prefiro assim um amante de gelo.
Um amante de gelo não se importa como,onde ou quando encontrará sua amada mas sim quem será  ela. Seu coração não é de pedra só está frio esperando alguém que o faça esquentar. E mesmo assim, um amante de gelo sempre será o mesmo; aquele que não sente medo da solidão ou do inverno, aquele que brilha tanto quanto as estrelas porém poucos o enxergam. Aquele que abraça o vento gelado de inverno e senti a calmaria.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Carolina

Ainda lembro o seu nome Carolina. Consigo sentir seu perfume quando deito na cama e encosto minha cabeça no travesseiro que você já se deitou.Me recordo sem falhas quando estivemos juntos sentados na cama assistindo um filme qualquer, o lençol da cama era branco e de seda, estávamos rindo a toa. Felizes por sermos apenas melhores amigos. Sentindo seu perfume lembro do seu sorriso de quando me aproximava e você escapava entre meus braços o mais rápido possível.
Ainda lembro seu nome Carolina. Toda vez que estou deitado nessa cama há vejo perfeitamente, sinto você aqui comigo. Lembro de me deitar na cama com você ao meu lado, de nos desligarmos do mundo e ficarmos pensando em nada- na verdade eu só pensava em você. No instante em que peguei em sua mão senti um frio na barriga, coisa de cinema.Senti sua mão quente e quando  vi já estava te beijando.
Ainda lembro seu nome Carolina. Antes e depois dos beijos, antes e depois da vida! Acredite Carolina esteja a onde estiver, eu sempre te amarei!

domingo, 19 de junho de 2011

Casa-se comigo?


Eu estava sentada na beira da ponte Knowles. A imagem da lua se reproduzia na água formando uma imagem perfeita como se a lua tivesse descido do céu e ficasse parada ali na minha frente, na água.
A noite estava fria, eu estava distraída  sem saber no que realmente pensava. De repente ele aparece, não levo um susto porque é impossível me assustar na sua presença. Como ficar com medo de uma pessoa que eu realmente amo, que eu sei que me protege e que sente o mesmo por mim. Ele chega sem dizer nada, esta descalço sem camisa com um shorts de praia. Senta ao meu lado sem dizer nada ainda. Seus olhos estão na mesma direção que o meu: o reflexo da lua. Não demora muito e sua mão esta entrelaçada com a minha.
Ele olha pra mim, me arrepio e desvio o olhar. Meu cabelo tampa meu rosto, ele o tira e fixa seu olhar nos meus olhos. Se fosse outra pessoa acharia que era um louco, entretanto é ele... aquele por quem eu me entrego de corpo e alma, a pessoa que completa a minha simples vida!
Correspondo seu olhar, mas fico corada. Ele parece não se importar, da um sorriso que só ele tem e os anjos sentem inveja. Como ele consegue ser tão puro e doce, perfeito pra mim. Não me veria longe dele e aposto que ele também não ficaria longe de mim. Preciso dele a todo instante.
Então ele desvia o olhar e o fixa novamente na lua,quase a idolatrando. Agora sou eu quem o esta encarando. Seu cabelo cacheado, seus olhos azuis são divinos. Sinto-me completa ao seu lado.
Ainda estamos de mãos dadas, sem eu perceber ele sussurra ao meu ouvido. Fico arrepiada novamente e sinto que estou em êxtase com sua boca passando pelo meu pescoço. Ele me beija suavemente e eu me entrego sem esforço algum. Nos deitamos na ponte, ele ainda me beija. O frio que eu sentia havia passado.
Ele para quase me fazendo implorar por mais.Fixa seu olhar na lua outra vez por um breve instante e volta a me olhar.
-Se eu pudesse te levaria a lua!
Dou uma risada curta e digo:
-Você não precisa me levar a lua. – eu afirmo.
-É, e do que você precisa?
Sem demora digo:
-De você!
-E por que você precisa de mim?
-Por que não há outro motivo na minha vida que me faça viver como eu vivo. Sentir tudo a flor da pele, me arrepiar, sorrir. Você pode não perceber mas com você ao meu lado sinto o mundo todo ao meu redor e todas as coisas que ele pode me dar! E você precisa de que?
Ele desvia seu olhar pro bolsa do seu shorts, não consigo ver o que ele tira. Então ele olha no fundo dos meus olhos. Posso ver a lua se refletindo nos seus lindos olhos azuis.
-Preciso de você agora. Casa-se comigo?
Ele abre um caixinha com um anel de brilhantes. O anel brilha quase tanto quanto a lua. Minha respiração se altera e fica rápida. Meu coração pulsa intensamente, sinto que vou desmaiar mas tenho de me manter firme. Fecho os meus olhos e em dois segundos tudo o que passamos juntos esta como em um flash em minha mente. Como quando aquele dia em que fomos ao campo, estávamos deitados  de baixo de uma árvore gigante que fazia sombra ao nosso redor. O sol estava lindo, os olhos dele estavam tão azul quanto o céu. Tudo perfeito.
Então de repente tudo para, e ele ainda aguarda a minha resposta.
-Sim!- é tudo o que eu digo. Então ele sorri pra mim como nunca havia visto, me beija e eu estremeço. Sinto tudo outra vez só que muito mais forte, como se estivéssemos interligados.
É como a lua e o céu, um completa o outro preenchendo o vazio que o consome.
David Fiori