Kate é uma jovem de 17 anos, cabelos loiros bem lisos até o ombro de olhos verdes bem claros que adora coisas místicas, gosta de ler livros de magias e tem pé de coelho como chaveiro, muito diferente de seu irmão Lucke, um garoto de 16 anos super descolado, paquerador, alto de olhos verdes,loiro e inteligente.
Os dois estudam no colégio C.A School. Lucke nunca foi de acreditar em objetos da sorte, ou coisas místicas do bem e do mal, ele sempre diz que é coisa da nossa cabeça e que somos nós quem fazemos o nosso destino.
Todo dia após saírem do colégio, Kate vai até um antiquário para ver novidades que chegam na loja, certo dia ela encontrou um tabuleiro muito estranho de todos que já tinha visto. Ela se interessou mais acabou não levando, pois estava só de passagem. Enquanto ela olhava os objetos, o dono da loja lhe deu um susto:
-Se interessou pelo tabuleiro moça? – ele pergunta com uma cara seria.
-Sim. O que ele faz? – ela perguntou confusa.
-Minha jovem, esse é o tabuleiro de Ouija. Nunca ouviu falar?
-Não. Conte-me mais sobre ele. – ela começou a se interessar, percebeu que tinha algo do que ela gostava nele. Uma coisa diferente, mágica.
Ele deu uma risada, que por sinal a assustou muito.
-Esse tabuleiro permite que você entre em contato com espíritos, pessoas que já estão do outro lado. – seu rosto era de dar medo, tinha uma expressão de louco.
Ela riu, mas logo voltou a prestar atenção.
-Isso é demais até para mim. Não tem como conversar com pessoas que já estão em outro plano. – ela quase que ria da cara dele, só não gargalhou porque era educada demais para fazer isso.
-Preste atenção garotinha, leve o tabuleiro para sua casa e faça o teste, se você sobreviver ele é seu ! – agora seu rosto se parecia muito com o de uma psicopata. Atormentado. –Mas você tem que jogar com 7 pessoas. Essa é a regra.
Ela pensou, e por dentro ria demais. Acabou levando o tabuleiro. Afinal, o que um tabuleiro mentiroso poderia fazer de ruim?!
No outro dia chegou no colégio, esperou o intervalo e reuniu os amigos. Carol,Diana, David, Bruno, Sabrina e seu irmão Lucke, esses eram os seus melhores amigos topavam tudo o que ela inventava.
-Oi galera! – ela sorriu e sentou na mesa da cantina.
Todos a cumprimentaram.Estavam loucos para saber do novo jogo.
-Então, qual é o novo jogo? – perguntou David. Ela tinha uma quedinha por ele, e ele por ela. Os dois já ficaram fazia alguns meses, mas não quiseram nada serio.
-Ontem eu passei pela loja de antiquários e o dono me mostrou um tabuleiro muito sinistro.Ele disse que com esse tabuleiro nós podemos nos conectar com espíritos que já estão em outro plano.
Todos riram.
-Kate, não acredito que você caiu nessa! Ele só quis vender um tabuleiro velho que já devia estar lá por vários anos.- disse Lucke, rindo.
-Na verdade ele me deu o tabuleiro, e disse que se eu e mais 6 amigos conseguíssemos sobreviver ao jogo o tabuleiro é meu! Então vocês querem jogar ou estão com medinho? – falou tirando sarro deles.
-Eu topo. – foi o que todos disseram.
Antes do intervalo acabar eles decidiram jogar no porão da casa da Diana às 23:00 de sexta feira.
Todos os 7 foram jogar, mesmo com receio do que poderia acontecer. O porão estava cheio de velas, parecia mesmo um lugar para se entrar em contato com espíritos.
-Nossa. Para que todas essas velas? – perguntou Lucke surpreso.
-Ah você gostou? Eu e a Diana decidimos incrementar o jogo, deixar ele mais místico. – Kate tinha um sorriso enorme quando dizia isso para o seu irmão.
-Vamos jogar ou não? Meia noite tenho que ir embora. – disse David.
-Ok, vamos colocar o tabuleiro na mesa. – ele era de uma superfície plana com letras, números e outros símbolos estranhos. – Todos devemos colocar o dedo em cima do indicador móvel.
Todos estavam aparentemente concentrados.
-Repitam comigo: “Estamos entre o céu e o inferno, revele-se espírito.”
Todos repetiram de olhos fechados e de repente o indicador se moveu direto para o numero 8.
-Carol, por favor leve isso a serio. Não é um simples jogo, você não pode mexer o indicador. – disse Kate irritada.
-Mas não fui eu. – e não havia sido ela, o indicador se moveu sozinho mesmo.
-Ok, vamos continuar. – pediu Diana.
-Tem algum espírito aqui? – perguntou Lucke.
O indicador se moveu para a palavra “sim!”
Eles já estavam morrendo de medo, agora sabiam que o jogo era realmente verdadeiro.
Fizeram varias perguntas ao espírito e passaram a confiar nele, pois ele dizia ser uma forma pacífica e do bem. A meia noite todos tiveram que ir embora. Diana deixou o tabuleiro aberto com o indicador em cima dele enquanto levava os amigos até a porta e quando voltou o indicador estava no chão.
-Nossa, que estranho pensei ter deixado o indicador em cima do tabuleiro. – ela pegou ele do chão e deixou junto com o tabuleiro.
No outro dia na hora do intervalo eles se encontraram.
-Nossa, aquele jogo realmente é macabro, estou com medo até agora Kate. – Disse Lucke.
-Eu também. Será que é melhor a gente parar de jogar? – indagou David.
-Deixe de ser covarde David, se você continuar no final será recompensado. – ela tentou seduzi-lo a jogar.Ele caiu na dela. Os dois ficaram se olhando como se um tivesse falado com o outro apenas com o olhar.
No mesmo dia, eles se reunirão a noite, só que dessa vez no cemitério. Kate achava legal esse lugar para invocar espíritos.
Fizeram o mesmo ritual de antes e começaram as perguntas.
-Você é o mesmo espírito de antes? – perguntou Kate.
O indicador se moveu para a palavra “sim” e todos ficaram surpresos. Depois disso, ele começou a se movimentar sem ninguém questionar. Todas as letras juntas formaram : “ Quero que vocês tirem as roupas”. Todos riram.
-Com certeza, eu já estou tirando.- disse David ironicamente.
-David! Você não sabe que não pode ser irônico em um jogo desses? Não pode deixá-lo nervoso .- Kate ficou irritadíssima com ele.
Todos ignoraram o pedido do espírito. Então as velas que estavam espalhadas pelo terreno onde eles permaneciam sentados, começaram a se apagar uma a uma. Tudo muito estranho, porque não estava ventando.
-Estou sentindo calafrios e vocês? – perguntou Diana.
Ela estava com uma sensação ruim, e ninguém mais sentia aquilo. De repente, enquanto todos estavam com o dedo no indicador ele começou a se movimentar muito rápido para todos os cantos do tabuleiro e nisso os garotos estavam com medo tentando sair do jogo.
-Não, nós não podemos sair agora.- dizia Kate.
E num instante o indicador saiu do tabuleiro e começou a pegar fogo. A chama dançava em cima dele.
Naquele momento o corpo de Diana estava diferente, seus olhos estavam todo branco, seu corpo estava pálido e como se ela fosse uma masoquista colocou a mão sobre a chama do indicador, que ainda ardia muito. Ela se jogou no chão como se estivesse tendo uma convulsão. Os garotos estavam apavorados e não sabiam o que fazer, de repente ela começou a falar .
-Todos vocês iram morrer! Crianças bobas, mexeram com o que não devia e agora sofreram as conseqüências! Arderam no inferno ao meu lado.- eles sabiam que isso não era uma simples brincadeira de mal gosto, sabiam que era um demônio no corpo de sua amiga.
-Quem é você? Por favor deixe nossa amiga em paz. – disse Lucke desesperado.
-Quem eu sou?! Eu sou Lilith, e acabarei com todos vocês, um por um começando com a garota desse corpo.- o demônio ria loucamente.
E em um minuto, tudo ficou em silencio. Diana levanta, e começa a se contorcer,era horrível. Ela quebrou o próprio polegar das duas mãos e depois quebrou as duas pernas. Todos gritaram.
-AAAAAH. Meu Deus. – Kate desmaiou.
O demônio ainda estava fazendo posse do corpo de Diana, e na sua frente havia uma cruz que estava em um tumulo, ela pegou a cruz e disse:
-Aqui vai a primeira morte. – e enfiou a cruz no estomago. Ela caiu no chão com uma cara debochada, sangue escorria da sua boca e da sua barriga. Ela morreu instantaneamente.
Todos ficaram chocados com a cena que acabaram de presenciar. Uma de suas amigas acabara de morrer e tudo por causa e um jogo bobo. Vinte minutos depois a policia chega, limpa o lugar e investiga os jovens. Eles mentiram, disseram que alguém veio da floresta e os atacou matando Diana.
Dormiram com peso na consciência, pois sabiam o que realmente havia acontecido.
No outro dia no colégio, eles começaram a discutir.
-Isso tudo é culpa minha! Ela morreu porque eu aceitei o jogo. – Kate estava se sentindo muito triste e culpada pela morte de sua amiga.
-Não, isso não foi culpa sua. Alguma coisa deu errada amiga. – disse Sabrina tentando acalmá-la.
-Nós temos que continuar, assim poderemos mandar esse espírito de volta para o inferno. – Lucke sentia raiva enquanto dizia isso.
Estava decidido, eles queriam mandar o espírito de volta para o seu mundo. O jogo começou às 22:00, foi no parque ao ar livre, dessa vez não tinha velas e nada de especial.
-Não precisamos jogar, vamos queimar o tabuleiro.- disse David.
-Isso, acho que pode dar certo.- Kate torcia para que isso funcionasse.
Eles queimaram o tabuleiro e ele ficou em cinzas.Nada de estranho aconteceu então eles foram para casa, achando que tinham se livrado do mal.
Quando Sabrina chegou em casa, seus pais a convidaram para ir ao parque das águas ver os peixes , ela aceitou. Aparentemente nada de mal poderia acontecer, o lugar era tranqüilo.
-Hey mocinha, você quer mergulhar com os tubarões? – uma moça que trabalhava no lugar a convidou para entrar no tanque dos tubarões. Ela aceitou.
-Ok, eu entro.
Dentro do tanque tudo estava normal, exceto pela tranca da gaiola que ela estava. Quando o tubarão chegou perto para pegar o peixe que Sabrina jogou, a porta se abriu e ela ficou frente a frente com ele.
Ela queria gritar, mas tinha aquela bomba respiratória na sua boca que a impedia.Uma coisa estranha começou acontecer com ela, era o demônio outra vez. Lilith queria matá-la ali dentro do aquária, na frente de todos. Sabrina foi possuída, estava com os mesmos olhos que Diana.
-Eles gostam de sangue.- o demônio dentro de Sabrina cortou um pedaço do braço. Seu sangue começou a escorrer pela roupa e já estava misturado a água. Cinco tubarões se aproximaram dela. Ela estava parada, nem tentava fugir da morte, os tubarões agarraram as pernas e os braços dela e os destroçou. O sangue esguichava no vidro e todo mundo estava vendo aquela cena. A mãe de Sabrina chegou a desmaiar vendo sua filha ser comida viva por tubarões. Em menos de sessenta segundos não sobrou nada alem dos ossos.
Seus ossos foram cremados no dia seguinte e os seus amigos estavam no velório para dizerem adeus.
-Não acredito, em menos de uma semana nossas duas amigas foram mortas de uma forma estranha, que ninguém sabe explicar! – dizia Carol, indignada com o falecimento de suas amigas.
Kate estava com um olhar fixo no caixão, ela ouviu isso e sabia o por que das mortes. Só não queria acreditar.
- O que você tem Kate?- perguntou Lucke.
-Na verdade eu sei o motivo das mortes. – ela temeu que ninguém acreditasse.
-E qual é? – David estava apreensivo, não sabia mais o que pensar e não acreditava na hipótese de Sabrina ter se suicidado.
-O espírito que nós encontramos no jogo, é ele! – ela mordia os lábios quando pensava em um espírito matando seus amigos. Isso é tic de quando ela sente medo.
-Claro que não, aquele espírito não é um espírito maligno. Não pode ser!- Bruno dizia isso com firmeza por fora, mas por dentro seu coração batia forte devido ao medo que sentia.
Bruno e Carol, não acreditavam que isso era trama do espírito. Na verdade eles não sabiam no que acreditar.
No dia seguinte Kate,David e Lucke foram até o antiquário procurar o antigo dono do tabuleiro. Estava fechado, e não era só por um dia, era para sempre! Tinha até uma placa de vende-se pendurada na porta.
Os outros dois, Bruno e Carol, começaram a se distanciar do grupo. O medo já estava dominando a mente deles. No mesmo dia a tarde Carol foi até a casa de Bruno, sem malicia nenhuma os dois ficaram no quarto sem ninguém da família dele estar em casa. Mas as coisas começaram a esquentar, Bruno dava muitas indiretas nela e ela correspondia a todas.Então começaram a se beijar e os dois deitaram na cama. De repente os olhos de Bruno ficam brancos, totalmente fora do normal. Carol começou a se apavorar.
-Os seus olhos! – ela já estava com medo, já tinha visto aquele olhar antes.
Ele não respondia e dava beijos e caricias forçadas nela. Com aquele olhar estranho e ameaçador ele pegou uma faca que estava de baixo do travesseiro. Carol começou a gritar implorando pela vida, mas era inútil. Quando repara em si mesma, ele já estava cravando a faca em suas costas, e depois em seu peito. Ela já estava morta mas ele não parava, começou a fazer cortes por todo corpo dela. Quando já não havia mais lugar para se marcar com a faca ele corta sua garganta e se mata. Seu sangue jorra por toda a cama e seu corpo cai ao chão.
Só restavam três dos sete amigos que começaram o jogo.
Depois da quarta morte Kate já estava pirando, sentia que a causa das mortes era sua culpa por ter convidado os amigos a jogarem. Agora que o jogo começou não tinha como terminar sem a vontade de Lilith. E a sua vontade era matar todos!
Estranhamente, as mortes pararam de acontecer por um tempo. Mas antes disso, Kate sentia tanta pressão que decidiu se internar em um clinica psiquiátrica por medo de que algo acontecesse. Tudo estava bem, aparamente nada de espíritos querendo matá-los.
Depois de 1 ano e meio Kate decide sair da clinica. Já se sentia mais segura. Na porta da clinica uma surpresa, David e Lucke foram buscá-la. Ela corre para abraçar primeiramente seu irmão.
-Lucke, senti tanto a sua falta.- ela já estava quase chorando.
-Eu também maninha!- e ele também.
-David!- ao invés de um abraço ela o beija intensamente como se todo o amor do mundo fosse passado para aquele beijo.
Ela ta uma folga para ele respirar.
Ah, oi. Também senti a sua falta!- ela agarra-o e o abraça forte.
Os três caminharam em direção ao centro, no caminho Kate percebeu que David estava estranho. Quando chegaram na ponte Chagas, ele parou na borda e disse olhando para o lago:
-Kate, olha como essas águas são lindas! Eu poderia me tornar um corpo junto há elas. – ele disse isso como se quisesse pular a ponte e morrer no lago. Nesse instante, seu corpo já estava dominado pelo espírito.
-Não estou entendo David. Acho melhor você sair de perto dessa borda. – ela estava com medo de que ele pulasse, já percebera que não era David que estava sob o controle do próprio corpo.
-Venha comigo Kate, e fuja de tudo e de todos.- antes mesmo dela responder ele pulou da ponte.
Kate e Lucke estavam desesperados, pegaram o primeiro taxi que passou pela ponte e pediu que os levasse até a rua D, numero 78. Era a casa da Diana, onde o tabuleiro estava antes de ser queimado no parque.
Não foi fácil inventar uma desculpa para entrar na casa da senhora Marques e ver se ele tinha reaparecido no porão. Ela disse que precisava de uma coisa que a fizesse ter Diana ao lado dela todos os dias quando acordasse.Enquanto isso Lucke procurava na internet e em livros alguma coisa que acabasse com a maldição, ou seja lá o que for, que tivesse no tabuleiro.
Os dois se encontraram em casa e fizeram o ritual para iniciar o jogo. O indicador não se mexia mas de repente ele é lançado contra a parede e o corpo de Lucke é possuído por Lilith.
-Por favor, nos deixe em paz! – Kate implorava pela sua vida e a de seu irmão.
-Você quis entrar no jogo, e agora esta perdendo e enquanto eu estiver com vontade de jogar você ira jogar comigo. – era uma voz horrível, alta e fina.
Kate temia que isso poderia acontecer então pegou um pouco de água benta da igreja e jogou no rosto de Lucke. Não adiantou nada, a água só o fez queimar.
-Você acha que essa água pode acabar comigo?- ela deu um riso maléfico horripilante. Depois disso, a casa todo começou a tremer e os olhos de Lucke começaram a dar voltas e nesse instante Lilith saiu do corpo e se transformou em uma linda garota loira, um pouco parecida com Kate.
Antes de começar o jogo Kate já havia estudado todas as informações que seu irmão havia coletado, então os dois armaram uma emboscada para Lilith.
-Agora, o jogo vai acabar para você! – ameaçou Lilith.
-Não sei como acabar com você, mas sei que possa mandá-la de volta de onde veio!- então Kate jogou água benta em cima do tabuleiro e ateou fogo nele. O jogo começou a pegar fogo, e o espírito perdia suas forças. O corpo foi se tornando um tipo de receptáculo oco, sem alma dentro dele. E por fim, estava completamente vazio, só carne e osso eaqueles olhos todos brancos fora do normal. Aquele corpo ficou estirado ao chão ao lado do tabuleiro, que por sinal não virou cinzas, mas fez Lilith sumir.
Os irmãos não sabiam ao certo para onde o espírito foi, mas sabiam que naquele corpo ele não estava mais.Ainda estavam assustados, ficaram sentados no chão olhando o corpo e pensando na melhor maneira de se viver a nova vida que eles conseguiram ter, pois afinal não é todo mundo que tem a chance de jogar, perder e recomeçar de onde parou.
-Game over, Lilith!